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            «Distante da matriz de Santa Cruz um bom quarto de légua, para o lado do poente, no fim do caminho que vem ao longo da ribeira do Belo Jardim se acha a povoação da Casa da Ribeira, assim chamada por uma que desce das ladeiras e alta serra, junto da qual ribeira está situada esta ermida.

            João Gonçalves Duraso de Barros, um dos ricos habitantes deste lugar a fundou em cabeça de morgado: e vindo o filho do mesmo nome, tomar posse dos bens em 18 de Fevereiro de 1555, mandou inscrever sobre a campa onde jazia o instituidor seu pai, segundo a sua disposição testamentária, esta legenda: «Aqui jaz João Gonçalves Duraso de Barros, cavaleiro de Esporas Douradas, que mandou fazer esta igreja, e deixou um morgado que a sustente…».

            A 20 de Junho de 1691 criou o Bispo D. Frei João dos Prazeres nesta ermida um curato na pessoa do padre João Gonçalves de Almeida; depois dele serviram este emprego constantemente outros clérigos, por ser o lugar habitado por mais de cem vizinhos.

            Esta igreja obteve bula apostólica com muitas indulgências para os que a visitam, ou se sepultam nela.

            Sofreu esta igreja e toda a povoação absoluta estrago pelos terramotos de 24 de Maio de 1614, e de 15 de Junho de 1841 em que ficou de todo assolada, mas hoje se acha de todo reparada».

 

               (Francisco Ferreira Drumond, em «Apontamentos topográficos, políticos, civis e eclesiásticos para a história das nove ilhas dos Açores servindo de suplemento aos Anais da Ilha Terceira», pg. 166 – Edição de 1990)